Fundação da Guarda Negra, para a proteção da Princesa Isabel, após abolição da escravidão

Este artigo apresenta a formação da Guarda Negra por um grupo de negros que praticavam a capoeira e agiam com violência para com o Partido Republicano na cidade do Rio de Janeiro entre 1888 e 1890. O objetivo do grupo era apoiar a Monarquia e impedir a República no Brasil.

UM DIA COMO HOJE: foi a fundação da Guarda Negra, integrada por capoeiras e ex policias ou militares de pel negra (09/06/1888)

Capoeira, 1981, carybe - Jogo da Vida

Após a Abolição da Escravatura, certa parcela dos grupos negros se engajou na defesa do isabelismo, uma espécie de culto à Princesa Isabel, que os libertara, destacando-se nesse particular o jornalista José do Patrocínio, que incentivava ex-escravos a se agruparem para a defesa da monarquia ameaçada pelo crescimento dos grupos que pretendiam implantar a república no Brasil.

Este movimento culminou na constituição da Guarda Negra, uma espécie de tropa de choque composta pela “ralé carioca e por maltas de capoeiras”, na opinião de Ruy Barbosa, cuja principal finalidade era dissolver comícios republicanos pelo uso da força. Seus integrantes acreditavam ser seu dever proteger das violências republicanas o sistema que os libertara e por isso se mantinham leais à monarquia, opondo-se aos “paulistas”, que pretendiam a instalação do novo regime.

Associação da Guarda Negra, foi fundada em 09 de julho de 1888, em casa de Emilio Rouède, amigo de José do Patrocínio, com o objetivo de defender o reinado da Princesa Isabel (A Redentora) em função da Lei Áurea.

Da fundação da Guarda Negra:
1º. – Criar uma associação com o fim de opor resistência material a qualquer movimento revolucionário que hostilize a instituição que acabou de libertar o país.
2º. – Só poderão fazer parte, como seus sócios ativos, os libertos que se comprometerem a obedecer os mandatos de uma Diretoria eleita, por maioria absoluta, em votação que se efetuará em momento oportuno.
3º. – Poderão ser sócios efetivos unicamente os que considerem o ato memorável do dia 13 de maio, acontecimento digno de admiração geral e não motivo para declarar guerra à humanitária princesa que o realizou.
4º – Pedir à Confederação Abolicionista o seu apoio para que esta sociedade se ramifique por todo o império.
5º. – Pedir à imprensa que participe desse sentimento o seu valioso concurso.
6º. – E último. Aconselhar por todos os meios possíveis aos libertos do interior que só trabalhem nas fazendas daqueles que não juraram guerrear o 3º Reinado. (Cidade do Rio, Ano II, N. 152, 10/06/1888, p. 2)
No entanto, a formação da Guarda Negra foi posterior as rivalidades entre as Maltas Guayamus e Nagóas (muitos deles capoeiras) diante do fim escravidão. Parte do grupo Guayamus e a maioria dos membros dos Nagóas se reuniram em torno do Partido Conservador por sua gratidão a Princesa Isabel e o gabinete João Alfredo. Dessa união surgiu a Guarda Negra da Redentora. Era o inicio de uma campanha para dar aos ex-escravos educação e alfabetização, para se adaptarem a liberdade e se integrarem a sociedade.
Fonte: Fundação Casa Rui Barbosa, Ministerio de Cultura / Site: Blog Guarda Negra

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Arte da Capoeiragem

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